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domingo, 10 de abril de 2011

"Acordo deve incluir mais um aeroporto" - Folha Ribeirão

Afirmação é do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, João Gandini, sobre veto judicial à ampliação do Leite Lopes

Juiz diz que tem sido procurado por partidos e admite pensar na ideia de virar político; ele se aposentará em maio

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Nem abandonar o Leite Lopes nem só pensar nele. O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão, João Gandini, defende ser possível um novo acordo judicial entre o Estado e o Ministério Público Estadual.
O novo documento, diz, poderia permitir uma pequena ampliação da pista, mas incluir o compromisso de se erguer um novo aeroporto.
Contrapontos a esse discurso, porém, apontam que o tom de conciliação de Gandini tem um viés político.
Após ganhar popularidade com os projetos de desfavelamentos, ele diz que tem recebido convites para entrar na política -e admite que está pensando na ideia.
O juiz, que se aposenta em maio, nega boatos de que sairia como vice em uma chapa com a prefeita, Dárcy Vera (DEM), na eleição municipal de 2012. Leia os principais trechos da entrevista.

 

Folha - O senhor é ou não a favor de se ampliar a pista?
João Gandini - Nem não nem sim. A minha posição é clara. Ribeirão não pode ter um aeroporto como tem. E merece um novo. Como concilio: vejo que do lado da Promotoria e de alguns há certo acirramento de fechar o Leite Lopes e fazer aeroporto novo. E outro grupo quer manter o Leite Lopes, que é o caso da prefeita e outras pessoas. Me parece que estão certos e errados. Precisamos de um aeroporto novo, mas ele demora oito anos. Enquanto isso, melhoramos o Leite Lopes e ampliamos em mais 300 metros a atual pista [de 2.100 m] para o terminal de cargas.

Mas existem dois discursos: o de aumentar em 300 metros e outro de uma pista maior.
Tem quem acha que a pista tem de ter 3.400 metros. Eu acho que não é conveniente fazer investimentos dessa envergadura em um aeroporto dentro da cidade.

E sobre a decisão judicial? A Promotoria afirma que ela é irrevogável...
Quando você tem um acordo homologado, há duas opções: ou você anula o acordo se ele tiver defeitos legais, o que não é o caso, ou você faz um acordo com as partes envolvidas. O que transitou em julgado não significa que não pode mudar mais. Mas precisa de concordância das partes. Agora, se for feito um novo acordo, mais abrangente, que permita ampliar um pouquinho a pista para cargas, me parece mais inteligente incluir o esforço de se erguer um novo aeroporto.

O sr. homologou o acordo que proíbe a ampliação, mas diz ser a favor de mais 300 m. Está mudando de opinião?
Não, juiz não tem opinião quando homologa acordo.

Mas e a sua visão na época do acordo? Era favorável?
Ao acordo de modo geral, era, mas em relação à pista, não. Na época o Daesp estava presente, questionei: "Vocês têm certeza que a pista com 2.100 metros pode ter um terminal de cargas, vai garantir a expansão da cidade? Responderam que sim, que cada dia aviões pousam em áreas cada vez menores.

Falam também é de seu interesse em se tornar político.
Nunca tive intenção de entrar para a política, mas ultimamente tenho sido procurado por muitos partidos. E eu comecei a pensar. Eu estou preparando a minha aposentadoria desde junho do ano passado, e uma série de projetos pessoais. Devo me aposentar até o fim de maio.
Ultimamente comecei a pensar nessa hipótese [de se tornar político] tal é a procura que tem de pessoas comigo. Agora, se isso vai virar, é especulação. Ninguém nunca conversou comigo se eu vou ser vice, prefeito, vereador. Apenas mandam um emissário procurar.

A prefeita mandou emissário para falar com o sr.?
Não vou entrar em detalhes, mas, genericamente, todos mandaram emissários. Comecei a considerar essa hipótese. Mas tenho ainda de pensar. Quero deixar a minha Vara [2ª Vara da Fazenda Pública] totalmente em ordem. Vou coordenar um curso na Faap, de gestão pública. Se der certo, no outro ano moraria na Escócia, que é um sonho meu, e depois talvez na Itália. Mas os planos podem ser adiados.

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